terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O sonhador da ilusão...

"O homem pouco claro
não pode ter ilusões:
ou engana-se a si mesmo
ou trata de enganar aos outros."
Stendhal

Viu essa frase num caminhão, em sua traseira, acredite você ou não, foi lá que viu. Sentiu-se como alguém se sente ao ser apertado por uma tia gorda e chata, daquelas que te apertam tanto, mas tanto e tanto que a única coisa na qual consegue pensar é: ENTÃO? TEREMOS HOJE ALGO PARA MEU ENTERRO? Riu, novamente riu como sozinho sempre ria e voltou a prestar atenção no aperto que lhe dera seu ego/coração/pulmão/fígado ou qualquer órgão que estivesse comprimido naquele momento ante a frase que lia repetidamente na traseira do caminhão, que entrou na curva à direita e ele decidiu que continuaria indo reto, talvez para esquecer a frase, talvez por pensar nela, talvez por esquecer das tias gordas que tinha. E eram tantas e tantas...

Tentou esquecer, mas, não conseguia, era retumbante em sua cabeça a frase: "O homem pouco claro não pode ter ilusões: ou engana-se a si mesmo ou trata de enganar aos outros." Pensou no que seria retumbante e que idiota conseguiria usar ela numa frase, que não ele. -- Eu, rei da inglaterra de forma retumbante decreto feriado nacional do retumbantismo retumbante retumbantinoso! Riu novamente. Naqueles dias estava em busca de uma atitude desesperada que por algum momento pudesse aplacar sua desesperada busca por algo que nunca encontraria, mas, a frase? A frase o fazia se sentir diferente, e por mais e mais e mais e mais e mais tentasse esquece-la, ela estava ali, gravada em algum canto sujo de sua mente que também não era lá tão limpa. Precisa fazer dinheiro! Não copiando, não roubando, não trabalhando... simplesmente misturando tudo isso de uma forma simples, direta e sensata (e riu novamente ao pensar sensata... mesmo não havendo graça alguma nisso).

O que viria a ser "homem pouco claro", pensou-se albino e riu novamente, corrigiu, não albino, pouco claro, os albinos são deveras claros e ele? Ele tinha cor de burro quando foge, amarelo, assim, sem cor mesmo! Era filho de mãe filha de india, com pai filho de mãe negra e pai branco, a avó por parte de mãe que era índia, casou-se com um chinês, que era filho de Mãe chinesa com pai Eslovaquio e assim por diante, de puro no seu sangue, não havia mais nada... e era feliz assim. "Homem pouco claro", repetia insistentemente e pensou: TALVÉS UM HOMEM QUE NÃO TIVESSE CLAREZA, NÃO TIVESSE OBJETIVOS, sim... SIM! Era ele... ele era um homem pouco claro! Logo, não poderia ter ilusões? Mas ilusões não são sonhos difíceis que as pessoas tem acordados, sonhando com a ilusão de um dia se ulidirem com o sonho realizado? Deveria ser portanto... um sonhar de ilusões.

E já que lhe restara poucas alternativas, ou engaria a si mesmo ou aos outros, decidiu-se pelo mais fácil: ENGANAR OS OUTROS e ali nasceu o SONHADOR DA ILUSÃO, que de início não tinha idéia alguma de como fazer, mas sua mente que tanto lhe derá ilusões, talvez agora lhe desse um pequeno início de idéia.

..:: (Continua)

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Essa pergunta realmente eu não sei responder...